Prefeitura Municipal de Simão Dias
Secretaria Municipal de Educação e Cultura
Departamento de Ensino
Escola Municipal Otaviana Odíllia da Silveira
Disciplina: História
arte e a estética do Cangaço no Nordeste brasileiro
Ano 2010
Simão Dias
A ARTE E A ESTÉTICA DO CANGAÇO NO NORDESTE BRASILEIRO
Jorge Luiz Souza Bastos
Formado em Licenciatura Plena em História pela UFS,
Pós-graduado em Psicopedagogia pela Faculdade Redentor,
Professor do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Simão Dias
APRESENTAÇÃO
O Presente Projeto intitulado “A arte e a estética do Cangaço no Nordeste brasileiro” busca resgatar a origem e formação de bandos independentes e errantes de homens e mulheres armados, surgidos no sertão nordestino, fazendo justiça com suas próprias mãos, liderando assaltos e pilhagens a fazendas e vilarejos, tornando-se subversivos às ordens das autoridades, os quais desafiavam incessantemente.
O movimento do Cangaço que já existia desde o século XVIII, veio a se transformar em bandos independentes entre os séculos XIX e XX, tendo como primeiro líder Antonio Silvino, e mais tarde, a figura histórica de Lampião e Corisco. Deles, foi Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, o cangaceiro mais importante, não só pelas façanhas contra a polícia e contra certos poderosos locais, mas também pela eficiente organização de seu bando, que percorreu todo o Nordeste massacrado pela seca e pela exploração do poder dos coronéis, grandes latifundiários que se aproveitavam de seu prestígio político para se apoderar das pequenas propriedades. Por parte das autoridades Lampião simbolizava brutalidade e uma doença que se alastrava e que precisava ser contida. Para uma parte da população do sertão ele encarnou valores como a bravura, o heroísmo e o senso de honra.
Partindo desse pressuposto, o presente projeto busca compreender todo processo histórico do movimento do cangaço, sua origem, às causas que levaram a viver na clandestinidade, o auge e o declínio dos bandos, enfocando principalmente a figura de Lampião, o rei do Cangaço, e o impacto de sua presença nos Estados Nordestinos e especialmente em Sergipe. Através de documentos históricos e o testemunho de pesquisadores ou personalidades e famílias descendentes de cangaceiros, vamos confrontar as diferentes idéias, buscando entender a dualidade desse movimento social ainda presente na memória das pessoas simples do sertão, além de trabalhar a arte do cangaço através de um mine documentário, que envolverá assuntos como a produção artesanal, sua estética e invencionices que viraram moda em todas as áreas culturais do Nordeste, além de sua influência na área musical, a dança e a literatura.
JUSTIFICATIVA
O movimento do cangaço, especificamente o “lendário” Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e seu bando, está presente no imaginário popular e na memória de muitos sertanejos que presenciaram seus feitos cruéis e heróicos no sertão nordestino. Para conhecer a bravura dos cangaceiros também pode ser encontradas informações na Literatura brasileira e nos versos populares da Literatura do Cordel, nos vídeos da época e nas músicas associadas ao cangaço que para muitos estudiosos do tema, há letras de autoria própria de Lampião, como “Mulher rendeira” e “Acorda Maria bonita”. Trilhando esse caminho nosso objetivo é buscar compreender o movimento e o impacto que o mesmo causou no sertão do Nordeste brasileiro, reagindo contra o abuso do poder político dos coronéis no que se refere às questões sociais e fundiárias presente no cotidiano dos sertanejos.
O referido projeto será desenvolvido na Escola Municipal “Otaviana Odíllia da Silveira”, situada no povoado Brinquinho, no município de Simão Dias. É uma proposta para ser trabalhada de forma interdisciplinar e multidisciplinar, durante a terceira e quarta unidade.
A linha metodológica proposta para trabalhar tal conteúdo envolverão todas as disciplinas e será construída em duas etapas. A primeira na produção de um documentário onde os próprios alunos entrevistarão especialistas na área e pessoas descendentes do grupo, e a segunda etapa, cada professor formará equipes e instruirá nossos alunos nas pesquisas, construção de textos e painéis sobre o cangaço, viabilizando os educandos o conhecimento crítico e científico de nossa história e a reflexão de tal forma que poderão ampliar competências e habilidades específicas onde levarão a comunidade um conhecimento mais amplo a respeito dos cangaceiros.
Por fim, esperamos que o desenvolvimento desse projeto durante as duas últimas unidades possa contribuir de alguma forma para a aquisição do conhecimento crítico sobre o movimento do cangaço em nosso Estado, dando uma visão processual e dinâmica da história do povo nordestino, vítima da exploração do poder político e que reage com bravura, heroísmo ou não, ou forçados muitas vezes, pelas circunstâncias, a se tornar retirantes do seu próprio habitat.
OBJETIVO GERAL
OBJETIVO GERAL
Explorar com especificidade a história do cangaço no contexto político-sócio-cultural, analisando desde sua origem às causas que levaram a formação de bandos clandestinos que agiam no Nordeste brasileiro, suas práticas muitas vezes contestadas ou admiradas por muitos sertanejos, às dimensões históricas e a reconstrução do imaginário popular construída a respeito de Lampião, rei do cangaço, que atuou na década de 1920 e 1930 em todo Estado do Nordeste.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Aprofundar o conhecimento histórico sobre a História do Cangaço;
Exercitar a criatividade do aluno, a elaboração e expressão na construção da história através das fontes escritas e orais;
Reconhecer o valor de documentos escritos e das fontes orais, sabendo analisá-los e construir interpretações a partir deles;
Analisar os aspectos físicos, econômicos, sociais, político e cultural do Nordeste brasileiro, especificamente no período do cangaço;
Valorizar a memória histórica dos entrevistados;
Constatar as condições de vida da época para melhor compreender as causas que levaram os sertanejos a reagirem contra os chefes locais com violência;
Identificar aspectos significativos que demonstrem as inúmeras dificuldades enfrentadas pelos sertanejos frente à exploração injusta do poder dos coronéis;
Mostrar que a memória do passado do nosso estado foi preservada e que a sociedade deve interrogar a memória histórica, recriar o passado para compreender o presente;
Aprofundar seus conhecimentos e confrontarem as diferentes fontes, analisando criticamente as informações pesquisadas;
Organizar os resultados dos seus estudos históricos, sabendo selecionar informações relevantes a fim de realizar exposições completas, precisas, fazendo uso de conceitos e convenções históricas.
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